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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

INDIGENTE



Indigente


O sol nascente
já acorda quente,
estala o asfalto
que o lambe,
assa a carne,
a carne casca,
e o mata
lenta
mente.

Sua sede
é de mais um trago
mais um gole
do feitiço amargo,
escape
pra vida frívola
falidos dias
de rua, miséria
exclusão, escuro,
solidão, ruína.

Seu corpo é imundo
seu hálito, álcool
o olhar, sem rumo
os andrajos, rasgados,
mal cobrem as partes
que se exibem, acres.

Na porta do shopping
ofende a sociedade
que passa por ele
tem nojo e pena
e pede, suplica
que ele seja mentira
que seja miragem
tudo, menos este soco no estômago
menos esta vil
realidade.

@Cristina Lebre - 06.12.14

Código em RL – T5073181