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segunda-feira, 13 de julho de 2015

VIDA DE POESIA


VIDA DE POESIA
E do que eu vivo, é de poesia
seja de dor, ou de alegria,
de desamor, ou galhardia.

E do ar que respiro
retiro forças
inspiro, expiro
me emano em gotas.

E do que prossigo é de matar leões
sejam famintos, sejam vorazes
nenhum deles me abate.

E se ainda o coração bate
é de insistir na verdade
e renunciar à vaidade
e desafiar frustrações,

porque o meu pão é a sinceridade
o meu alimento, a transparência,
o meu sustento, a espera
o meu alento, a resiliência.

E se galopo a vida, é pulando obstáculos
na poesia, inteira, me refaço
porque do que vivo é de claridade
e de refutar falsidade.

E da poesia, faço a vontade
de um dom que me veio,
do dna, do seio,
do dentro, da água, do meio
do ar que aspiro, do rio, do leito,
até o último
suspiro.


@Cristina Lebre - 20.06.15
Código em RL – T5284757
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sábado, 4 de julho de 2015

OPRÓBRIO



OPRÓBRIO

A ignomínia me esfarela os ossos
chama-me pelo nome e me acusa
enquanto os pássaros cantam livres e anunciam
que sou bela, que sou pura.

A minh'alma, aturdida, conversa comigo e me consola,
ela me dirige os passos e me diz, senhora,
O meu opróbio está diante de mim
mas também o sol, torneando o azul turquesa
que arrebata os céus.

"Vê, poeta, que mais um dia nasceu, que você não se perdeu
vê que a vida continua e a graça de mais um amanhecer se fulgura.

Vê que vem a brisa, e não somente a turbulência,
que um novo dia se avizinha, e a acarinha, e a alimenta
recuse a penitência.

Vê que você é semente da boa terra,
e que à sua volta não permanecem espinhos.

Sente na face o beijo de Deus e o perdão
eles estão nos raios do sol perene
eles estão na flor que você viu desabrochar
eles vivem no seu tão crédulo amar.

Vê quanta beleza resplandece em seu rosto
e grava os mimosos versos no véu rendado do seu olhar
espera, liberta, levanta,
os passos trôpegos de agora
logo irão
se firmar."

O arrependimento me contorce as vísceras
quando escuto Sua voz a me embalar
ela é forte, vigorosa,
mas repete, mansamente,
"filha amada, tão somente erraste
por demais amar."

O desgosto me consome a carne
enquanto Ele se volta pra mim
oferece o colo de Pai
e novamente me colhe as lágrimas.

E eu O posso ouvir, resoluto, afirmar,
"fique sempre junto a mim
nunca, jamais irei
te deixar."

@Cris Lebre - 18.06.15
Código em RL – T5299797