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domingo, 29 de maio de 2016

CRIANÇA



CRIANÇA

  
Eu ainda queria a minha criança
brincando de correr, uma semente
se abrindo em flor, 
dizendo o que sente,
sendo inteira,
amando
livremente.


Queria o ser sincero,
pleno de inocência, 
despojado de jogos,
despido de carência..


Queria um amálgama de vida 
no meu olhar encontrando o seu ,
pra que a gente pudesse provar , um e outro,
o néctar do que um dia se nos deu.

Queria que esse apuro de agora
de uma vez fosse embora
e ficasse, pra sempre em seus lábios,
o gosto doce da aurora.   


Que nossas relações não precisassem ser tão rasas
e a gente não tivesse tanto medo
de amar.
Que a gente pudesse se render
à liberdade de, juntos, voar.

Meu mundo é utopia.
meu coração, 
poesia.


@Cristina Lebre

Código em RL - T5651179

quinta-feira, 28 de abril de 2016

BENTO



BENTO


Ele chegou
e o escuro da noite se fez dia
madrugada dobrou-se em poesia
e o cansaço,
tornou-se euforia.

As palavras faltavam,
ternura no olhar que falava,
plenitude de amor
em cujo coração,
no peito, não mais
cabia.

Ele é renovo
milagre da vida.
Perfeito,
como o Filho do homem,
descendência da esperança,
da morte eterna
vingança.

Ao  tempo, a resposta
mais forte que os segundos
infecundos
que o sol e seus raios
inflamando o mundo.

Seus olhos mirando o espaço,
amor transbordando do peito
 lácteo.

Infante enviado dos céus
tecido com zelo e paixão,
e nós aqui, aquecidos,
agora, novamente
e sem demora
por seu pequenino
coração.


@Cristina Lebre – 23.04.16
Código em RL – T5619473





domingo, 10 de abril de 2016

ALÉM



ALÉM

Lá do alto te vejo
multicolorido, envolto no brilho do sol,
teu dorso iluminado,
olhar em faíscas,
teu riso abastado.

O dia encobrindo a noite
o céu reluzente negando o escuro,
do alto te revejo
a vida passando nas vistas
da memória, um topo em relevo.

Lá de cima me vês
ainda estou aqui
no pódio da excelência
no alto da idade,
uma criança pra ti;
trêmulas mãos
clamando direção
a seguir.

Solidão que vem do alto
do cimo dos anos
do cume da existência,
lá de cima te contemplo,
amante de mim, me pensas,
gozo comum,
por, do pico desta vivência,
sabermos-nos
um.


@Cristina Lebre - 09.04.16

Código em RL – T5600766


domingo, 3 de abril de 2016

ONDE?



ONDE?

Eis que chega a noite
e seu breu, açoite
que encontra
meu olhar soturno,
profundamnente
só.

A respiração aturdida, falha,
tantas coisas sugerem
parecem que querem
não mais
funcionar.

Minhas mãos trêmulas tocam
seu olhar maduro
olhando o mundo no escuro
onde se esconde o futuro
para o fim
não ver.

Meu sorriso agitado
gotas de um brilho suado
buscando a vida a seu lado
e neste claro
florescer.


Cristina Lebre – 24.03.16
Código em RL – T 5593942


sábado, 26 de março de 2016

OUTONO


Outono

Ele chegou e é assim,
um azul faiscante
um sol que é mais luz que calor
e faz brilhar, de um jeito que não dá pra explicar,
o dia e suas flores.

Ele vem e doura as paredes respingadas
pela chuva que se foi
e penetra no âmago das árvores,
seu verde ainda mais intenso,
o cheiro de mato molhado pela enchente
que ontem
o anunciou.

Ele é recebido com alegria pela passarada
e pelos rios que, por entre pedras, insistem
em suas rotas para o mar.
E, nas cidades, sua luz ofusca as ruas agora secas,
e as janelas abertas para o sol entrar.

Ele é saudado por toda a natureza
no deserto acalma o calor com brisa
e prepara noites de cândidos céus estrelados
e deita as folhagens com brandura
e mostra sua perfeição com candura.

Ele é lindo! Um fim e um início;
rumo novo e propício
uma nova vida
mais uma saudação
de amor.


@Cristina Lebre – 26.03.16
Código em RL – T5585702



sábado, 27 de fevereiro de 2016

CADEIA




CADEIA


Por que o espanto?
Nada mais estamos fazendo do que
respeitar a cadeia alimentar;
o mais forte mata o mais fraco
o mais forte come o mais fraco
somos nossos próprios predadores.

Só que não: errada é a cadeia alimentar.
"O leão pastará com a ovelha"
Está escrito,
e se cumprirá.

@Cristina Lebre -
Código em RL - T5557246


sábado, 20 de fevereiro de 2016

BABILÔNIA



BABILÔNIA


Oh, Babilônia sórdida
não prevês o dia
da maldição que está por vir?

Por onde andas em tua ignorância
tua ganância,
estribando-te em teu
pífio entendimento?
Não sabes que não demora
vem a hora
de teu julgamento?

Ah, Babilônia trôpega
insistes em teus passos errados
crês mesmo em tais bons bocados
pro resto de tua vida lôbrega?
  
Mal reconheces teus erros
persistes em tua estultícia
ainda que ondas de açoites
alcancem tua malícia?

Eis que vem a justiça
condenado está  o opressor.
Não é minha a promessa
atentes à tua soberba.

Ela vem do Verbo
cuja Palavra não tropeça,
olha o teu tempo
dá à luz o rebento
do arrependimento.

Oh, Babilônia insensata,
despe tua fantasia
despreza, abandona
tua falsa alegria.

Ou esperas vir sobre ti
imensos monturos de terra
ondas gigantes nos mares
sorte resoluta,
morte eterna?



@Cristina Lebre - 30/01/16

Código em RL - T5548901