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sexta-feira, 18 de maio de 2012




SOLIDÃO



Ela chega e deixa o coração assim, sem trabalho
sem afago;
a demência de um peito solitário
a câimbra traiçoeira
congelando as mãos.

Ela amassa o corpo cansado
e esmaga os dedos secos do inverno.
Do frio desprovido do poder
de arrefecer o tremor dos dentes.

Ela tritura o estômago, dilacera os órgãos
que, amordaçados, fazem engolir o choro
debaixo dos lençóis
do quarto mofado, trancado, deprimido.

Ela desaba frigidez sobre um dorso ainda infantil
continuamente belo
espantosamente puro.

Ela afasta as visões bonitas
do entrelaçar das mãos dos amantes
do olhar inocente da criança
das lágrimas sinceras de um pobre homem.

Ela mina o amor à natureza
os pingos de orvalho pousando suaves
sobre os copos de leite.

E derrete a alma
desfaz o corpo
corrói o desejo
mata.

4 comentários:

NALDOVELHO E A DANÇA DO TEMPO disse...

Belo poema minha amiga. Você fala de coisas comuns a muitos umbigos, isto é poema!

lucas disse...

Lindo, amiga! Parabéns por traduzir coisas que a gente esta acostumado a sentir... sem saber falar e libertar parte da dor.

Unknown disse...

É querida... voce traduziu trsite e lindamente esse sentimento tão profundo e tão intenso como a solidão... parabéns querida, teus poemas nos levitam, ensinam e embelezam essa arte tão linda que é escrever sentimentos e emoções.... beijos azuis Linda!!! <3

Carlos Orfeu disse...

Meus olhos de passarinho pousa na árvore bela cheia de frutos poéticos.
Neste canto cheio de aconchego
fico aqui,sempre a retornar
e pousar,nestas palavras suaves de profundidades encantadoras,levito.

Parabéns grande poetisa,por poetas tão belos e profundos.