AS FALÉSIAS
Cortes
abruptos nas montanhas
diante do
mar.
Imensa
escultura,
gigantesca
arte milenar...
como um amor
cortado ainda na raiz
enquanto
pensava em crescer
e
frutificar.
A natureza
fez as falésias assim
sua terra
lambida
seu barro
removido
em um
instante, revolvido
a matéria orgânica
de
repente, rompida...
como um amor
vagabundo
nascido já
moribundo,
estando
ainda em gestação,
abortado, em
plena erupção.
Deslizando,
na areia branca,
o rio
encontrava o mar
no vazio
daquele lugar.
Eram grandes
ondas, sim
mas não
havia mais do que o chacoalhar
quando Ele
dirigiu para as falésias Seu olhar
e contemplou
o quadro impressionante
e se agradou
de Seu feito
cruel corte
angustiante...
como um amor
inconsequente
que se disse,
num dia, premente
e, no outro,
assassinado
provocou dor
lancinante.
À vista
hipnotizante das falésias
na praia
virgem
ouvia-se
claramente a voz dEle,
Ele, o
silêncio que fala
pois que Sua
voz vibrava
e a solidão,
imponente,
reverberava
o som do uivo
onipotente.
Como o primeiro
e verdadeiro amor
incondicional,
ancestral
onipresente.
MCRL/mcrl/12/11/12
Código em Recanto das Letras - T 3996366
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