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terça-feira, 17 de dezembro de 2013




ELAS



Sem elas eu seria

regaço vazio,

poço sem água,

solo estéril.



Alma aturdida

caminhar errante,

vida perdida

passo a passo

no pó da estrada,

no silêncio profundo

do nada.



Espectro decrépito,

ossos secos, pele sem viço,

corpo quedado,

olhar opaco,

pássaro acossado,

derrotado.



Se elas eu não concebesse

de um sonho nada sobraria

insone perambularia

e as flores que plantasse

antes de crescer,

murchariam.



Sem elas eu

de nada serviria

nem ao menos dor

sentiria,

seria andarilho sem rumo,

sem prumo,

sem reta, sem curva,

deserta, sem trilha.



Vagaria, e me deixaria

levar pela onda do mar

que, com pena de tanto pesar,

doce, e definitivamente,

me afogaria.




@Cristina Lebre – 15.12.13

Código em Recanto das Letras T4614623

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