A PLANTA
A planta seca
pranteia sem lágrimas, sofre,
ante o sol escaldante
me olha e clama
" me molhe".
Rego a planta que me comove
pois que, de minha face,
não há calor que seque as lágrimas,
ao ver na planta a sequidão a pesá-la
chegando até a ameaçá-la
de morte.
Não fosse morar em minha varanda sua sorte
e ter Deus me dado a sensibilidade de pensar seu corte
em uma única folha abrasada no sol forte
de onde a tirei, e a molhei com água,
estaria ainda ameaçada,
como em tantas casas, outras,
sofrem nuas,
a beleza esturricada
cruelmente espicaçada
pela sede não saciada,
por famílias viajadas
completamente esquecidas
de que planta também é vida.
A planta seca
ante o calor que a abrasa
mas quanto mais calor exala
mais inspira o poeta
que rega suas folhas, ainda verdes
e renega suas dores de secura
e alivia-lhe o sofrimento
e evita-lhe a fervura.
Ela me olha
como criança abandonada
andrajosa na lama
da impiedade humana.
Ela grita
"me regue",
enquanto o cão abatido
pela rejeição consumido,
com o olhar implora
"não me renegue".
A planta, a criança, o cão,
minorias que aos sensíveis encantam
criação inútil ante impiedosos
oprimidos que enfadam poderosos
criação que honra os defeituosos
geme, chora,
agoniza, enquanto exala,
amor.
@Cristina Lebre - 06/01/14
Código em Recanto das Letras T 4640786
A planta seca
pranteia sem lágrimas, sofre,
ante o sol escaldante
me olha e clama
" me molhe".
Rego a planta que me comove
pois que, de minha face,
não há calor que seque as lágrimas,
ao ver na planta a sequidão a pesá-la
chegando até a ameaçá-la
de morte.
Não fosse morar em minha varanda sua sorte
e ter Deus me dado a sensibilidade de pensar seu corte
em uma única folha abrasada no sol forte
de onde a tirei, e a molhei com água,
estaria ainda ameaçada,
como em tantas casas, outras,
sofrem nuas,
a beleza esturricada
cruelmente espicaçada
pela sede não saciada,
por famílias viajadas
completamente esquecidas
de que planta também é vida.
A planta seca
ante o calor que a abrasa
mas quanto mais calor exala
mais inspira o poeta
que rega suas folhas, ainda verdes
e renega suas dores de secura
e alivia-lhe o sofrimento
e evita-lhe a fervura.
Ela me olha
como criança abandonada
andrajosa na lama
da impiedade humana.
Ela grita
"me regue",
enquanto o cão abatido
pela rejeição consumido,
com o olhar implora
"não me renegue".
A planta, a criança, o cão,
minorias que aos sensíveis encantam
criação inútil ante impiedosos
oprimidos que enfadam poderosos
criação que honra os defeituosos
geme, chora,
agoniza, enquanto exala,
amor.
@Cristina Lebre - 06/01/14
Código em Recanto das Letras T 4640786
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