Indigente
O sol nascente
já acorda quente,
estala o asfalto
que o lambe,
assa a carne,
a carne casca,
e o mata
lenta
mente.
Sua sede
é
de mais um trago
mais
um gole
do
feitiço amargo,
escape
pra
vida frívola
falidos
dias
de
rua, miséria
exclusão,
escuro,
solidão,
ruína.
Seu corpo é imundo
seu hálito, álcool
o olhar, sem rumo
os andrajos, rasgados,
mal cobrem as partes
que se exibem, acres.
Seu corpo é imundo
seu hálito, álcool
o olhar, sem rumo
os andrajos, rasgados,
mal cobrem as partes
que se exibem, acres.
Na porta do shopping
ofende a sociedade
que passa por ele
tem nojo e pena
e pede, suplica
ofende a sociedade
que passa por ele
tem nojo e pena
e pede, suplica
que ele seja mentira
que seja miragem
tudo, menos este soco no estômago
menos esta vil
que seja miragem
tudo, menos este soco no estômago
menos esta vil
realidade.
@Cristina Lebre - 06.12.14
@Cristina Lebre - 06.12.14
Código em RL – T5073181
4 comentários:
Como assistente social que também sou, amei sua poesia!
Obrigada, amigo Carlos Costa, fico feliz, precisamos dar atenção a essa gente, que tb é gente, as pessoas se esquecem disso, grande abraço!
Olá,
Sabe essa poesia me tocou muito. é a mais pura realidade. Trabalho em um projeto de Alimentação dos Moradores de Rua, e mesmo estando no meio de pessoas sujas fisicamente, percebemos que são limpas de coração. Não são isso que as pessoas dizem, nós sentamos conversamos, dando risada. Louvando a Deus, não importa voz. Importa que louve.Muito Boa sua poesia, adorei, adorei mesmo.
Obrigada, querido Isaac Zedecc, que bom saber de pessoas como vc, que vão até os indigentes e levam a eles a lembrança de sua dignidade, grande abraço, que Deus o abençoe!
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