MIMO DE
MENINA
Tenho um
resto de menina
um fio de
cabelo original
tecido no
ventre da ascendência
tênue
linha de esperança
teimosa,
persistente,
capricho
insistente.
Estranha
persistência infante
no fundo
d'alma, errante
crédula,
resistente
como um
cão que não desiste
de seu
dono,
carente.
Não entendo,
depois de tantos anos,
e dores,
e partos,
e perdas,
e partidas,
conservar
um filete de infância
esquecer
desse jeito
a
falsidade humana.
Talvez eu
seja a mesma, só que mais sofrida
calejada,
nunca desiludida
de
repente, tudo de novo,
aquele
desejo,
ardente.
Lá no
mundo
da mulher
madura
por ora
se acende
um
incenso de criança.
A menina
em mim não morreu.
@Cristina
Lebre - 15.05.15
Código em
RL – T5256124
2 comentários:
Belíssimo! Como você escreve bem. Parabéns!
Obrigada, querida Jailda Galvão, feliz por seu comentário, bjs de poesia, <3
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