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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

VILIPÊNDIO TEMPO





VILIPÊNDIO TEMPO




Onde, onde

Onde o seu ombro moço

para eu reclinar meu dorso

torto de dor?


Somente no tempo

que passa, passa, passa...

passa tanto que, as vezes,

parece até que cansa

de passar?


Somente no vento

que enche de pó

a estrada, estrada errada

errada, errada...

que parece até que,

de tão equivocada,

em nenhum lugar vai dar?


Onde, onde meu corpo

que, com alegria, ia

ia, ia, ia...

e agora parece que,

dividido em partes

fica, fica, fica,

espalhado no barro da estrada

esperando alguém

que lhe recolha as partes

e o devolva à arte

da vontade

de novamente ir

nem que seja só pra ver

o nada

nem que seja só

para sair

do mesmo lugar...



Será

que  o seu pulso é fraco

e o meu dorso,

pesado demais

pro seu ombro  sustentar?



Será

que as minhas vis palavras,

mesmo quando caladas

não encontram alento

no lento,

vilipêndio tempo

que agora mente

que cansou de passar?

  



MCRL/mcrl/09/09/13

Código em Recanto das Letras - 4474779

3 comentários:

Jailda Galvão Aires disse...

"esperando alguém
que lhe recolha as partes
e o devolva à arte
da vontade
de novamente ir"
Parabéns Cristina, por tão belos versos.

Marc Souza disse...

Muito bonito... Amei... Aliás amei seu blog, visitá-la-ei sempre. Abraços!

Cristina Lebre disse...

Obrigada, Jailda Galvão Aires e Marc Souza, pelos elogios, o blog é de vcs, a poesia é de vocês, vamos espalhar poesia por este nosso tão mal tratado país, precisamos de mais amor, beleza, natureza, poesia em flor, bjs e Deus os abençoe!