Seguidores

sábado, 12 de março de 2011

AMO A DEUS



AMO A DEUS (ANÔNIMO)

Amo a Deus:
Foi Ele quem fez a doçura do dia, se fico triste.

Para que, deslumbrada, não mais me sinta triste,
o puro e nítido tato de Seus azuis e verdes,
árvores no topo do monte, Suas mãos na terra.

Amo a Deus:
foi Ele quem fez meus filhos travessos,
turbulentos, brigões...
Depois os faz rir e os anima
da pura alegria
que transparece em seus corpos
e olhos...
tão bonitos, tão divertidamente angélicos, que tenho vontade
de chorar ao vê-los tão pura e docemente adoráveis.

Eu o amo:
Ele fez a perfeição de uma folha
e me sobressalta com os melros
e põe no bosque plantinhas tão engraçadas,
para que me espante.
Ele faz rudes e vastas tormentas,
que se armam estridentes
para destroçar seus majestosos feitos...rios...carvalhos...
O homem.
Só para dizer-nos que nada somos
sem Ele; O Senhor.

Amo a Deus:
Ele cuida de mim como cuida
do labirinto de uma conchinha
na erma vastidão da praia.
Tão pequenina...
Era preciso amá-la para fazê-la assim.

Doce é acreditar que Ele sentiu
a mesma alegria ao criar-me
e me deu tantos sentimentos
imensamente divinos
que exauri-los até o fim não posso
sinto no entanto que esta foi Sua intenção...

E deu-me o riso para que o desse
e uma viva felicidade para semear
e me ensinou o valor de tudo
ao me dar o susto e o medo e as doenças,

para que forte me fizesse.
Ele me pega pela mão
e eu sei o que é o amor.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Cecília

"Cecília
mão que deslizava
poesia.
Cecília
inesquecíveis são seus dizeres
sua sensibilidade.
Sua retórica
inebria
sua imaginação
sua habilidade
com a mão
emoção.
Cecília
ícone da poesia
canção
inspiração maior
pra mente e pro coração.
Em seus versos me criei
ao ler suas palavras
chorei e chorei
até querer ser como você:
Poetisa."
Cristina Lebre - Olhos de Lince

Fim

Fome, medo
Sede, trauma.
Amor que nada afaga
que treme
destrata,
cisma, pisa.
Pele, cinza
amor-torcida que fumega
saudade-cana esmagada.
Amor torrente
sobrevivente
à tempestade de vis palavras.
Esperança infrutífera
amanhã sem dia
dia sem noite
noite sem bruma
escuridão desalmada.
Onde ainda este amor?
que nem UTI recupera
mas que agonizando, sussurra,
chora;
e, no siléncio contido,
espera?
Onde a esperança?
Que no impossível descansa
que, disfarçada de brisa,
crê, ainda, em mudança?
Quem seria ete amor?
Um rufar absurdo?
Um golpe violento?
Quem seria este amor?
que apanha, sucumbe
vagueia à distância
num tênue feixe de luz
que invade o pensamento
por um segundo
como doce alimento
para, logo em seguida
lembrar sua condição precária
e voltar a prantear
ao relento.
Quem seria este amor?
Um mísero sem-vergonha
um pobre coitado
um ridículo, enjeitado
um paciente terminal
um filho indesejado
um cão pulguento?
Seja quem for
dia desses morre de vez
e o coração, duro
fica no desalento
observando a fumaça no resto do pavio
lamentando o desejo perdido
condenando a vida
e a realidade
por terem deixado morrer este amor
definitivamente
falido.
Cristina Lebre