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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

PRIMAVERA



PRIMAVERA



Folhas secas, mortas
caídas no solo para a criança pisar
brincar de quebrar
ouvir o estalar.


No céu pesado nuvens densas
trazendo uma chuva lenta
que parece que acalenta
a saudade do inverno
que se despede,
triste, já se vai.


Já se esvai no tempo
nas flores que se preparam
para abrirem no mesmo sentido
com o pólen, à concepção,
oferecido.


É a natureza preparando a festa
esquecendo  por ora o uníssono gemido
anunciando, num único bramido,
a bela, viril primavera,
quando os lírios se vestem, majestosos
formam fileiras do fino fio tecido
entretecido com a perfeição
da criação mais formosa.


E os pássaros cantam, espalhafatosos,
a canção do sol desnudo, quente,
que, imponente, permite somente um resto de brisa
para oferecer às flores guarida
respeitando o desabrochar irmão
a celebração, em milhões de matizes
do turbilhão de cores.




MCRL/mcrl/21/09/13

Código em Recanto das Letras 4494859

sábado, 14 de setembro de 2013



ILUSTRE CRIAÇÃO



Vem, bouganville linda,
com seu beija-flor furta cor
que lhe toca e beija a flor,
me dar um banho de autoestima
e me lembrar que  a minha sina
não é a dor e o sofrer,
mas o  escrever;
fazer poesia pra vocês,
partículas da exuberante criação,
ao lhes contemplar,
e poder gozar do espetáculo
da sua visão.
 



MCRL/mcrl/14/09/13.

Código em Recanto das Letras T 4481659

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

VILIPÊNDIO TEMPO





VILIPÊNDIO TEMPO




Onde, onde

Onde o seu ombro moço

para eu reclinar meu dorso

torto de dor?


Somente no tempo

que passa, passa, passa...

passa tanto que, as vezes,

parece até que cansa

de passar?


Somente no vento

que enche de pó

a estrada, estrada errada

errada, errada...

que parece até que,

de tão equivocada,

em nenhum lugar vai dar?


Onde, onde meu corpo

que, com alegria, ia

ia, ia, ia...

e agora parece que,

dividido em partes

fica, fica, fica,

espalhado no barro da estrada

esperando alguém

que lhe recolha as partes

e o devolva à arte

da vontade

de novamente ir

nem que seja só pra ver

o nada

nem que seja só

para sair

do mesmo lugar...



Será

que  o seu pulso é fraco

e o meu dorso,

pesado demais

pro seu ombro  sustentar?



Será

que as minhas vis palavras,

mesmo quando caladas

não encontram alento

no lento,

vilipêndio tempo

que agora mente

que cansou de passar?

  



MCRL/mcrl/09/09/13

Código em Recanto das Letras - 4474779