Indigente
O sol nascente
já acorda quente,
estala o asfalto
que o lambe,
assa a carne,
a carne casca,
e o mata
lenta
mente.
Sua sede
é
de mais um trago
mais
um gole
do
feitiço amargo,
escape
pra
vida frívola
falidos
dias
de
rua, miséria
exclusão,
escuro,
solidão,
ruína.
Seu corpo é imundo
seu hálito, álcool
o olhar, sem rumo
os andrajos, rasgados,
mal cobrem as partes
que se exibem, acres.
Seu corpo é imundo
seu hálito, álcool
o olhar, sem rumo
os andrajos, rasgados,
mal cobrem as partes
que se exibem, acres.
Na porta do shopping
ofende a sociedade
que passa por ele
tem nojo e pena
e pede, suplica
ofende a sociedade
que passa por ele
tem nojo e pena
e pede, suplica
que ele seja mentira
que seja miragem
tudo, menos este soco no estômago
menos esta vil
que seja miragem
tudo, menos este soco no estômago
menos esta vil
realidade.
@Cristina Lebre - 06.12.14
@Cristina Lebre - 06.12.14
Código em RL – T5073181