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sábado, 25 de outubro de 2014

CHAFARIZ



CHAFARIZ

E se te ver de novo
fosse remido consolo
vida a pulsar?
Esperança de criança
da caverna da garganta
outra vez ecoar o grito
“amar...”

E se encontrar-te agora
fosse mais que rever o outrora
fosse ora real
o tempo final da tormenta
do viver-me em fonte de lágrimas
que borbulham
qual chafariz
fonte de mim
atriz?...

E se, lá por dentro,
desconstruída a velha história,
uma nova realidade
se abrisse em glória?

E se te amar de novo
fosse respirar no todo
re-viver
renascer o amor
sem dolo?

Ahhh, dentro teimoso
sentimento de idoso
cansado, renitente,
claudicante, insistente
em acordar
e tentar...

Ahhh, ilusão funesta,
só porque viu uma fresta
num olhar assim difuso
num sorriso assim turvo;
tudo não passa
de final de festa
vestido erguido,
sapatos largados,
pés libertos
no mar.

@Cristina Lebre
Código em RL – T5008720

5 comentários:

Henrique António Pedro disse...

Muito lindo. Aplaudo. Abraço

Cristina Lebre disse...

Obrigada, amigo Henrique, muito grata, abraços de poesia!

Carlos Costa disse...

Perfeito esse poema
Nunca imaginei que um chafariz sem vida poderia resultar em uma magnífica poesia!

Cristina Lebre disse...

Obrigadíssimo, querido poetamigo Carlos Costa, muito feliz por ter gostado, abraços de poesia!

Cristina Lebre disse...

Muito agradecida, Henrique Pedro, sucesso pra nós, abraços!